quinta-feira, 17 de novembro de 2016

XCVIII-Cláudio Manuel da Costa 

Destes penhascos fez a natureza

O berço, em que nasci! oh quem cuidara,

Que entre penhas tão duras se criara

Uma alma terna, um peito sem dureza!

Amor, que vence os Tigres por empresa

Tomou logo render-me; ele declara

Contra o meu coração guerra tão rara,

Que não me foi bastante a fortaleza.

Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,

A que dava ocasião minha brandura,

Nunca pude fugir ao cego engano:

Vós, que ostentais a condição mais dura,

Temei, penhas, temei; que Amor tirano,

Onde há mais resistência, mais se apura.

Vocabulário

Penhasco: pedra elevada.

Criara: criasse.

Cuidara: imaginaria.

Ocasião: motivo.

Penhas: rochas.

Terna: branda, meiga.

Empresa: empreendimento.

Ostentar: exibir, mostrar.

Mais se apura: torna-se mais concentrado.

 
                      Análise
Neste soneto, o eu-lírico de começo fala sobre ele mesmo como ele é. Se mostrando  uma pessoa "meiga"de coração mole  e sem dureza, mesmo que ele tenha nascido do penhascos  penhascos.

Na segunda estrofe temos o foco no amor como um ser muito forte com vida própria
que produz sofrimento,onde se tem o uso da mitologia grega que
personifica os sentimentos. O eu-lírico irar tentar lutar contra o Amor .

Nas outras estrofes, o eu-lirico mesmo sabendo sobre os danos do amor não consegue evitar e acabar sendo derrotado pois  contra o Amor não há resistência.

No soneto indica a tradição clássica que pertence o poema pois se tem esquema de rimas regular e também há uma  manifestação da linguagem clara e simplificada que é uma característica do  Arcadismo .

Créditos :para aluna Rebeca Moreira

2 comentários:

  1. O que houve com o grupo? Por que não comentaram o texto da Rebeca? Por que não postaram as questões sobre Arcadismo? A avaliação termina neste momento.

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  2. Que teriam em comum o poeta e a penh
    a?

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