segunda-feira, 31 de outubro de 2016

POESIA DE TOMÁS ANTÔNIO - LIRA V -Marília de Dirceu

Acaso são estes
Os sítios formosos.
Aonde passava
Os anos gostosos?
São estes os prados,
Aonde brincava,
Enquanto passava
O gordo rebanho,
Que Alceu me deixou?

São estes os sítios?
São estes; mas eu
O mesmo não sou.
Marília, tu chamas?
Espera, que eu vou.

Daquele penhasco
Um rio caía;
Ao som do sussurro
Que vezes dormia!
Agora não cobrem
Espumas nevadas
As pedras quebradas;
Parece que o rio
O curso voltou.

São estes os sítios?
São estes; mas eu
O mesmo não sou.
Marília, tu chamas?
Espera, que eu vou.

Meus versos alegre
Aqui repetia:
O eco as palavras
Três vezes dizia,
Se chamo por ele,
Já não me responde;
Parece se esconde,
Casado de dar-me
Os ais, que lhe dou.

São estes os sítios?
São estes; mas eu
O mesmo não sou.
Marília, tu chamas?
Espera, que eu vou.

Aqui um regato
Corria sereno
Por margens cobertas
De flores, e feno:
À esquerda se erguia
Um bosque fechado,
E o tempo apressado,
Que nada respeita,
Já tudo mudou.

São estes os sítios?
São estes; mas eu
O mesmo não sou.
Marília, tu chamas?
Espera, que eu vou.

Mas como discorro?
Acaso podia
Já tudo mudar-se
No espaço de um dia?
Existem as fontes,
E os freixos copados;
Dão flores os prados,
E corre a cascata,
Que nunca secou.

São estes os sítios?
São estes; mas eu
O mesmo não sou.
Marília, tu chamas?
Espera, que eu vou.

Minha alma, que tinha
Liberta a vontade,
Agora já sente
Amor, e saudade,
Os sítios formosos me agradaram,
Ah! Não se mudaram;
Mudaram-se os olhos,
De triste que estou.

São estes os sítios?
São estes; mas eu
O mesmo não sou.
Marília, tu chamas?
Espera, que eu vou.

ANALISE
Nesta lira existe uma ligação com a natureza , uma característica do arcadismo, um cenário que também fazia parte dos encontros amorosos de Dirceu, e que o mesmo lugar fica a ponto de se transformar em apenas, em campos de pastagens, no qual vivem os pastores e seus rebanhos, um lugar na verdade encantado e tranquilo.

Créditos: JOÃO VITTOR CURTY 

SONETO XXXI - Cláudio Manoel da Costa


Estes os olhos são da minha amada,
Que belos, que gentis e que formosos!
Não são para os mortais tão preciosos
Os doces frutos da estação dourada.

Por eles a alegria derramada
Tornam-se os campos de, prazer gostosos.
Em zéfiros suaves e mimosos
Toda esta região se vê banhada.

Vinde olhos belos, vinde, e enfim trazendo
Do rosto do meu bem as prendas belas,
Dai alívio ao mal que estou gemendo.

Mas ah! delírio meu que me atropelas!
Os olhos que eu cuidei que estava vendo,

Eram (quem crera tal!) duas estrelas

ANALISE 

Neste Soneto o autor compara sua amada com deusas ,com paisagens Belas diz que o olhar dela não é para Mortais compara ela com um ser supremo um ser melhor. disse que fica muito feliz só de ver ela ele diz que o olhar dela o atropela, compara o olhar dela com duas estrelas muito belas.


Créditos : Lucas 

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Questões do Enem

(Enem 2014)
Questão  111
Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.

Páscoa de flores, dia de alegria
Àquele povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.

Pois mandado pela Alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.

Quem pode ser senão um verdadeiro
Deus, que veio estirpar desta cidade
o Faraó do povo brasileiro.

 
(DAMASCENO,  D. Melhores  poemas: Gregório de  Matos. São Paulo: 2006)

Com uma  elaboração de   linguagem e uma visão  de  mundo  que  apresentam  princípios barrocos, o   soneto de  Gregório de  Matos apresenta  temática expressa  por

(A) visão cética  sobre as relações  sociais.

(B) preocupação com  a identidade  brasileira.

(C) crítica  velada à forma de governo  vigente.

(D) reflexão sobre dogmas do  Cristianismo.

(E) questionamento das  práticas  pagãs  na Bahia.

Resposta : C
Comentário:
O  texto de  Gregório de  Matos  apresenta uma intertextualidade clara com  as  Sagradas Escrituras. Para  resolver  a  questão, o  candidato  deve recordar as  características  da poética  daquele escritor. O  poeta  barroco  utilizava  sua   literatura como meio de criticar a  sociedade de sua  época, ainda  que o   fizesse  por  meio de  metáforas, como  ocorre no texto .

(Enem 2012)

Questão 131

BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989. (Foto: Reprodução/Enem)

Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela

A)liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação.

B)credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.

C)simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.

D)personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.

E)singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.
Resposta :D
Comentário
As esculturas barrocas no Brasil têm forte influência do rococó europeu. As obras sacras de Aleijadinho distinguem-se das demais por apresentar características particulares das esculturas inspiradas nas pessoas do povo .


segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Obras barrocas


Algumas obras realizadas no período colonial Brasileiro com o tema caracterizado como Barroco ganham destaque abaixo, uma lista incrível de obras que são conservadas até hoje com um luxo incrível!
Êxtase de Santa Teresa, Igreja do Convento do Carmo, São Cristóvão. A espontaneidade e ingenuidade é uma característica de grande parte do barroco brasileiro.
Um índio anônimo no século XVII, produziu este Cristo açoitado, hoje no Museu de Arte Sacra, onde se percebe uma pletora de influências estilísticas exóticas.
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Rio, grande exemplo da talha joanina, obra dos portugueses Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito.
Mestre Ataíde: Nossa Senhora cercada de anjos músicos, no teto da igreja de São Francisco de Assis, Ouro Preto
Aleijadinho: Cristo carregando a cruz, Santuário de Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas.
Mestre Ataíde: Detalhe da Ascensão de Cristo, teto da Matriz de Santo Antônio em Santa Bárbara, uma composição central de feições barrocas inserida em uma moldura nitidamente rococó, evidenciado as superposições estilísticas que caracterizaram tanto o Barroco brasileiro quando a obra deste mestre.



Postagem realizada por Tiago Foully:



quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Amor Fiel por Gregório de Matos



"Ó tu do meu amor fiel traslado 
Mariposa entre as chamas consumida, 
Pois se à força do ardor perdes a vida, 
A violência do fogo me há prostrado. 
Tu de amante o teu fim hás encontrado, 
Essa flama girando apetecida; 
Eu girando uma penha endurecida, 
No fogo que exalou, morro abrasado. 
Ambos de firmes anelando chamas, 
Tu a vida deixas, eu a morte imploro 
Nas constâncias iguais, iguais nas chamas. 
Mas ai! que a diferença entre nós; choro, 
Pois acabando tu ao fogo, que amas, 
Eu morro, sem chegar à luz, que adoro."



Gregório de Matos, utilizando de um dualismo sempre tende através da contradição expôr em seus poemas a importância pessoal das coisas. Para ele, o amor é mais forte ao lado do ódio, o frio é mais forte ao lado do calor e assim por diante. É dessa forma que o autor costuma explorar as características do estilo barroco. No soneto acima, o amor (neste caso concebido e perdido) é comparado à morte da amada, como se fosse uma oposição entre a luz (amor) e a escuridão (morte) . Veja que a morte da amada está em um sentido figurado, o que significa que amada entregou-se a outro amor, outro fogo, é isto que o poeta considera com morte. Vida, para o poeta é o amor que ele próprio sente. Vou resumir o poema de uma forma bem coloquial. " Pocha, Gata, como somos diferentes, enquanto tu és assanhada com os outros, eu que te amo, vejo o fogo do meu amor morrendo de frio por ti ao passo que quando tu esfrias o teu amor por mim, o fogo do meu amor por ti me consome" 

Análise realizada por Tiago Foully Loreno



segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Necessidades Forçosas da Natureza Humana


Descarto-me da tronga, que me chupa,Corro por um conchego todo o mapa,O ar da feia me arrebata a capa,O gadanho da limpa até a garupa.Busco uma freira, que me desemtupaA via, que o desuso às vezes tapa,Topo-a, topando-a todo o bolo rapa,Que as cartas lhe dão sempre com chalupa.Que hei de fazer, se sou de boa cepa,E na hora de ver repleta a tripa,Darei por quem mo vase toda Europa?Amigo, quem se alimpa da carepa,Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,Ou faz da mão sua cachopa.

                                                       ÁNALISE                      O poeta exalta a sensualidade e o grande prazer sexual que teve com suas amantes no momento em que teve relacionamento com elas na Bahia , além dos escândalos sexuais envolvendo os conventos da cidade , é um poema erótico em que ele apresenta suas aventura vividas na Bahia .



CRÉDITOS : João Vittor Curty

domingo, 9 de outubro de 2016

Sermão da Sexágésima

Neste sermão na sexagésima ,do Padre Antônio de vieira , tratasse  da arte de pregar e será melhor ler o sermão todo do que pegar apenas um trecho para vocês compreender melhor  ,pois esse sermão ele é uma das principais obras do Vieira e possui um conteúdo riquíssimos  .
Colocarei o like do sermão para os interessado a ler http://www.psb40.org.br/bib/b339.pdf

O sermão é dividido em 10 partes ,que na primeira parte vieira dá uma motivação para vida missionária de como era maravilhoso espalhar a palavra de Deus e nobre .Nos parágrafos seguintes o padre problematiza a situação ,perguntando por que a palavra de Deus mesmo sendo tão eficaz e verdadeira não se dava frutos .Ele tenta resolver e responder a pergunta levantando possibilidades e chega a conclusão que a culpa seria dos pregadores que não estavam sabendo semear a semente da palavra de Deus de forma correta ,pois não adianta pregar apenas por pregar de uma formar vazia .Ao mesmo tempo que ele critica ele ajuda mostrando como deveria ser feito um sermão ou texto .
No sermão tem o uso de várias parábolas ,mostrando jogo de ideias lógicas que é um dos elementos da literatura barroca o conceptismo e é um sermão religioso . 

Créditos : integrante Rebeca Moreira

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A Jesus Cristo nosso Senhor

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, 
de vossa alta clemência me despido; 
porque quanto mais tenho delinqüido, 
vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto um pecado, 
a abrandar-vos sobeja um só gemido: 
que a mesma culpa, que vos há ofendido, 
vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma orelha perdida e já cobrada, 
glória tal e prazer tão repentino 
vos deu, como afirmais na sacra história,

eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, 
cobrai-a; e não queirais, pastor divino, 
perder na vossa ovelha a vossa glória.

                                       
       Gregório de Mattos

O autor gregorio de matos quis dizer que sem ele Deus não era nada que ele não teria a glória se não tivesse pecado para Deus precisar perdoa-lo

Créditos : analise feita pelo integrante Lucas

Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda

Padre Antônio Vieira





      Trecho do Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda

(...) Pequei, que mais Vos posso fazer? E que fizestes vós, Job, a Deus em pecar? Não Lhe fiz pouco; porque Lhe dei ocasião a me perdoar, e perdoando-me, ganhar muita glória. Eu dever-Lhe-ei a Ele, como a causa, a graça que me fizer; e Ele dever-me-á a mim, como a ocasião, a glória que alcançar. (...). Em castigar, vencei-nos a nós, que somos criaturas fracas; mas em perdoar, vencei-Vos a Vós mesmo, que sois todo-poderoso e infinito. Só esta vitória é digna de Vós, porque só vossa justiça pode pelejar com armas iguais contra vossa misericórdia; e sendo infinito o vencido, infinita fica a glória do vencedor. (...).(VIEIRA, 1959, p. 322-323).


     O tema se relaciona com o ano de 1640, o estado da Bahia estava prestes a cair sobre o domínio da holanda. Levantado pelo seu espírito patriarca o Padre Antônio Vieira realiza varias pregações na Igreja de nossa senhora da Ajuda, na Bahia.
      Padre Antônio Vieira teve um firme propósito de tentar impedir o jugo holandês. Levando-o a criar o seu sermão e o dirige ao povo católico dominado pelas virtudes da fé. O sacerdote se posiciona argumentado com Deus e o repreendendo-O, com a intenção de que Ele conceda aos portugueses a vitória que ira trazer a glória divina.
      Tentando levantar a força dos colonos do Brasil e das forças armadas de Portugal contra os "hereges" holandeses, em seu sermão o Padre Antônio Vieira se dirige indiretamente ao povo e diretamente a Deus sendo ele o seu interlocutor "intermediário".
        
      No sermão da séxagesima Antônio Vieira pretendia ensinar aos sacerdotes uma maneira eficaz de seduzir os fiéis para o mundo de Deus. É percebível essa sedução no Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda.
       A prova dos argumentos do Padre Antônio Vieira são as próprias escrituras sagradas, a Bíblia.



        Postagem e analise feita por: Maycon Jhones Gomes de Souza.